quinta-feira, 29 de maio de 2008

PLANO QUINZENAL E PLANO DO DIA

Os alunos, desde o grupo de iniciação, consolidação e aprofundamento fazem quinzenalmente seus planos de estudo. Os assuntos que elegem para estudarem são pautados na lista de assuntos que devem lidar ao longo do ano. Com base neste plano de quinzena, eles fazem o plano do dia... Todo dia!!! Para os alunos da iniciação, este plano é colocado no quadro, pois o próprio plano está a incluir a leitura e escrita... para os outros grupos, cada aluno tem certa autonomia ao fazê-lo, mas o mesmo é assinado pelo professor no início e no final do dia. Ao final da quinzena, o plano da quinzena é checado...todos devem ter cumprido o trabalho a que se proporam.



Um outro momento no almoço

















Quando os alunos acham que já sabem o assunto estudado marcam seus nomes no quadro "EU JÁ SEI". Isso significa que estão prontos a fazer uma avaliação. A Avaliação pode ou não ser com consulta... presenciei uma aluna, numa manhã, muito concentrada nos seus afazeres, como de costume. De repente a ouvi dizer:- estou no meu dia de sorte! No momento do intervalo, perguntei a ela o por quê daquela fala, e ela disse: - Fiz 3 avaliações e fui bem em todas elas!!! Quem lá estava a observá-la não diria que era uma "avaliação" (nos moldes que conhecemos)... Sem traumas, sem pressão...sem repressão...




O plano da quinzena e o plano do Dia são dois dispositivos que os alunos e professores lidam diariamente. São seus guias de estudo, produzidos por eles mesmos...A quinzena se inicia numa quarta-feira, dali duas semanas nova quinzena se iniciará. O plano do dia deve ser cumprido e avaliado diariamente por cada um...

terça-feira, 27 de maio de 2008

A ESCOLA DA PONTE - PORTUGAL


A entrada da escola






Uma das salas....

Na hora do almoço...








Aula de Educação Física
O primeiro dia na escola... A escola me foi apresentada por dois alunos, Naomi e João. Fiquei encantada já desde o início. Eles foram mostrando painel por painel explicando o funcionamento dos "dispositivos". Passeamos por toda a escola, sala por sala e a dupla explicou tudinho. O silêncio é inacreditável. O respeito está no ar...Uma cena inédita para mim: na visita de uma das salas, sala esta denominada Rubem Alves, todos os alunos a trabalharem e de repente, entretidos com seus afazeres pairou um silêncio absoluto!!! Uma dupla de meninas estavam com o "dedo no ar" pedindo a palavra e num momento de muito respeito todos, sem exceção, todos lhes ouviram. Estava a pedir a palavra pois encontraram um livro de gramática riscado!!! E na fala delas, disseram: Se é de uso comum, como pode estar riscado? - Vocês podem explicar? No mesmo instante um outro aluno levantou a mão e pediu a palavra: - Vocês dizem vocês, mas não seria NÓS?? Fiquei maravilhada com a postura do grupo como um todo, com o respeito e a forma deles se colocarem.
Não há sinais ou campainhas...às 10:30 inicia-se um intervalo de 30 minutos, retoma-se às 11h e tem-se aulas até 12:30h. Depois recomeça-se às 14h e termina às 16:00h. Os alunos mudam de salas...São eles que marcam sua presença num quadro no painel (em verde quando presentes no horário, amarelo quand chegam atrasados e em vermelho, no final do dia por um colega quando faltam).

quarta-feira, 21 de maio de 2008

SENSAÇÕES




Este é mais um daqueles 'dizeres' que ficam na cabeça...que fazem você pensar...que fazem sentido. E você é capaz de se admirar!!!


"Olha a noite como se o dia nela devesse morrer, e a manhã como se tudo nela nascesse. Que tua visão seja nova a cada novo instante. O sábio é com quem tudo se espanta."
(André Gide)

O PROJETO


“ Vou me especializar numa escola generalista...”

Foi por conta de uma seqüência de eventos, em curto espaço de tempo, que me fez começar e começar a terminar este livro. Começar a terminar por que esta história ainda não acabou!
A seqüência de eventos, de sinais, teve como último sinal a fala da mãe de uma das minhas amigas, que aconteceu numa tarde destas de janeiro de 2007. Sua mãe, contou que duas pessoas de Amparo-SP fizeram um livro ilustrado e estão visitando escolas paras divulgá-lo e propor que trabalhem com ele nas escolas. Ela falou isso justamente no dia que resolvi, depois de muito me enrolar, sentar para escrever. Tenho que tomar coragem e continuar. Tenho os pensamentos, tenho muitas fotos para ilustrar o livro.Vou me expor mais uma vez., mas este parece ser o momento. A seqüência de eventos continuou... o filme “The secret” dado a mim por meu cunhado, que diz ter gostado muito. Assisti algumas vezes na mesma semana. Numa outra ‘coincidência’ naquela semana, se falou do mesmo filme num churrasco, que eu estava, por pessoas totalmente ‘desconhecidas’ por mim. Este filme tem a mesma linha do filme “Quem somos nós”. Filme este que por sua vez foi usado por mim ao longo do ano de 2006 como tema de trabalho no ensino de Biologia para o primeiro ano do Ensino Médio. Um filme também muito especial, que me fez pensar, que teve aplausos e rejeições, polêmico de alguma forma, mas muito real na minha opinião.
Bem, o parágrafo acima foi escrito no início de 2007. Hoje já é 13 de Abril de 2008. As mudanças se dão em processo... Às vezes parecem bruscas, de repente...mas é por que não enxergamos o processo. Parece que agora é uma decisão. Vai virar Livro.


VIVENDO O VIVEIRO AQUI E AGORA

“Aprendi com as primaveras a me deixar cortar para poder voltar inteira”. (Cecília Meirelles)
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” (Fernando Pessoa)
Quem morre?
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo. Morre lentamente quem destrói seu amor próprio, quem não se deixa ajudar. Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece. Morre lentamente quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos e os corações aos tropeços. Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho ou amor, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos... Viva hoje! Arrisque hoje! Faça hoje! Não se deixe morrer lentamente!'' (Pablo Neruda)

Helena morou num sítio por algum tempo, mas mesmo antes ou depois de morar, sempre que esteve lá, esteve em contato com outros seres vivos...
O sítio não era muito grande, mas tinha árvores, barrancos, um grande lago, horta e um bosque nativo mais afastado, perto de onde a água era coletada do poço por bomba. Tinha também dois ou três cavalos, algumas galinhas e de vez em quando uns porquinhos.
Ela tinha uma família grande, um monte de irmãos. Quando tinha 7 ou 8 anos costumava brincar bastante lá no sítio. Às vezes, queria saber se sua ausência fazia diferença e se escondia na horta por horas (pelo menos ela sentia que eram horas) esperando que alguém fosse lá a encontrar. Isso nunca aconteceu. Não que ela se lembre. Ela sempre voltou sozinha, por ter ficado ali tempo suficiente para não querer mais ficar ali. Enquanto lá ficava seu pensamento ia longe... voava... e não parecia estar só. Praticava sua observação desde então: ouvia os pássaros, observava a plantação de alface, cenoura, brócolis, sentia o cheiro da terra, encontrava minhocas... sentia o cheiro das galinhas, do coco das galinhas, e ouvia seu cocoricó...
Acho que este contato com o ‘silêncio’ fez toda a diferença pelo resto de sua vida. Ainda hoje, que ela já cresceu, tem o hábito de ouvir o silêncio e deixar o pensamento voar... Isso lhe faz bem. Você já tentou ouvir o silêncio?

Bem, mas a história está só começando... Helena cresceu, estudou e começou a dar aulas para crianças pequenas. O que lhe marcou em sua primeira experiência de lecionar foi a possibilidade de contar histórias debaixo de uma árvore onde todas as crianças se encantavam com o lugar, conseguiam ouvir o vento, senti-lo e com certeza entravam em qualquer história. Naquela fase, Helena aprendeu que para aprender qualquer ‘coisa’, há três passos: observação, comparação e expressão. Estas etapas no caminho da aprendizagem, nunca mais foram esquecidas por ela. Algumas vezes, quando Helena tinha que chamar a atenção de algum aluno pedia-lhe que ficasse quieto e ouvisse a voz de dentro. Ouvir a voz de dentro é ouvir o próprio coração, entender as sensações, as emoções, ou no mínimo percebê-las.

A natureza, sua harmonia e diversidade sempre encantaram Helena. Ela decidiu estudar mais a fundo os seres vivos diferentes do ser Humano e foi estudar Biologia. Algumas aulas que ela teve a marcaram para sempre. Estas aulas foram aulas experimentais, práticas, onde se vivenciava a teoria e depois se relatava as sensações. Ela teve uma professora de Ecologia muito diferente. Ecologia é a ciência dentro da biologia que estuda como os seres vivos se relacionam entre si e no meio em que vivem. É o estudo da ‘casa’ dos seres vivos, pois ECO vem de oikos (grego que significa CASA). Esta professora costumava dizer que o nosso planeta é uma nave, e tem limitação de espaço e recursos. Helena também gostava muito de imaginar coisas que em ciências não se consegue ver. Em ciências também se estuda um mundo ‘invisível’. Não é por que não se vê que as coisas não estão ali. Isso foi outra coisa que ela aprendeu nesta fase. Aí ela resolveu continuar seus estudos em Bioquímica, que unia o mundo invisível com o visível. Pelo menos era o que ela esperava ou pensava ser. Na verdade este mundo bioquímico ficou invisível demais para ela. Aprendeu sobre várias coisas e especialmente muito sobre só uma coisa, se tornou uma especialista especialmente especializada. O especialista tem a capacidade de desempenhar seu trabalho bem em qualquer ambiente, pois ele fica tão concentrado no que faz que parece ‘desconectar-se’ do todo. Helena descobriu isso muito mais tarde, mas intuitivamente, nesta fase Helena já não sabia mais se queria continuar estudando o mesmo assunto tão a fundo.

Viajou. Viajou para outro continente em busca de um amor, de uma história a dois, de uma experiência diferente. Mas esta já é outra história. Viajou pois queria continuar a aprender, mas de maneira diferente. Estudou uma nova língua, trabalhou em diferentes lugares, com pessoas de várias nacionalidades. É imensurável (não dá para medir) o quanto ela aprendeu.
Algumas vezes, Helena acordava e chorava baixinho, era a dor de saudade. Lá ela entendeu o sentido real da palavra saudade. Entendeu também que toda escolha é uma perda. Pois, enquanto temos as possibilidades nas nossas mãos, estão todas ali, mas no momento em que escolhemos uma, descartamos e perdemos as outras. De alguma forma tornou-se uma pessoa melhor com suas experiências. Pelo menos é assim que ela pensa e sente. Ela pensa que aprendeu a ser mais tolerante, a respeitar a diferença, a saber ouvir e a calar quando necessário. Dizem os sábios que saber calar é um tipo de sabedoria. Talvez saber falar na hora certa também o seja.

Quando voltou ao Brasil, o que mais lhe chamou a atenção era a falta de dignidade de muitas pessoas vivendo nas ruas. Você sabe o que é dignidade? Esta é uma palavra difícil. Dignidade é ter o mínimo de condições para se viver com higiene, boa alimentação, direito à educação e saúde. Crianças abandonadas, sem futuro, sem perspectiva. Foi o que ela viu aqui no Brasil quando voltou. Isso ficou na sua cabeça...
Depois de um tempo, com a vida ‘organizada’ resolveu procurar algum grupo para trabalhar com aquelas crianças. Como é difícil e fácil ao mesmo tempo. Surgiu o primeiro sinal do viveiro!!! Os sinais apontando as direções e os caminhos que devemos seguir nem sempre são tão claros, mas Helena começou a se treinar para percebê-los. Vivendo o viveiro foi o nome dado ao projeto. Helena percebeu que a falta de condições dignas para se viver e a pobreza andavam lado a lado com a falta de educação ambiental. Mas como falar de higiene para crianças que não tem água encanada e vivem com esgoto a céu aberto? Como falar de preservar e plantar árvores se onde moram estas crianças não tem nem rua? A experiência foi gratificante, as sementes foram plantadas e o projeto saiu do papel! A troca de experiências e o aprendizado foram mútuos. Helena aprendeu que o seu ponto de vista, era o seu, mas que outras pessoas, com outras experiências poderiam discordar e nem por isso um ou outro estaria certo ou errado. Todas as ‘coisas’ têm pelo menos dois lados. Sabe como ela aprendeu isso? Por exemplo, aprendeu que o nosso jeito de falar e escrever é parte de um código formal, que muitas crianças não o reconhecem e quando falam o pássaro ‘avoa’ não devem ser corrigidas ‘diretamente’... devem saber sim que há outras formas de se comunicar. Corrigir, neste caso, é desvalorizar por completo as referências que esta criança tem. Seus pais e familiares com certeza se expressam deste modo. Helena nunca, jamais tinha pensado nisso! Será que precisamos sempre do contexto para poder ‘julgar’ o certo e o errado? Podemos julgar?! A gente é o resultado de nossa história e de nossas escolhas. Isso ela também aprendeu na prática.
O brilho nos olhos daquelas crianças, o afeto incondicional entre tantas falas gratificantes justificou o tempo e o empenho. Este ponta-pé inicial foi dado lá em Campinas – SP num bairro chamado Itatiaia. Helena conheceu pessoas muito especiais nesta experiência.
O que deu e dá cor e direção ao projeto é o pássaro BEIJA-FLOR, também chamado de COLIBRI, aquele que resplandece. Ele é um indicador ambiental, você sabia? Onde ele vive? Quantas espécies têm? Do que se alimentam? Por que é tão especial? Estas e muitas outras perguntas são feitas e respondidas neste projeto. Um fato interessante é que o pai de Helena foi um apaixonado por beija-flores e tinha uma revista em especial apontando as flores prediletas destes pássaros. Plantou várias destas flores lá no sítio, onde Helena brincava de se esconder, lembra? Passou a observá-los constantemente e fotografá-los também. Mas isso aconteceu muito tempo depois que estas flores foram plantadas. Seu pai já havia falecido quando toda esta história de beija-flores começou na sua vida. Quando Helena ia lá no sítio, pelas últimas vezes, sempre tirava um tempinho para observá-los e tentava fotografá-los. Era um exercício de ouvir o silêncio para poder ouvi-los e então visualizá-los. Seu pai, porém, de alguma forma teve e tem participação neste projeto. Parece estar presente de alguma forma. Tem alguns pensamentos que Helena tem que se lembra de seu pai. Uma fala dele que lhe é constante na cabeça é tenha sempre um objetivo. Por mais “em curto prazo” que seja, tenha um por que de fazer algo. Helena aprendeu muito tempo depois que se deve ter, pelo menos três razões para se fazer algo. Pensando assim, além de se estar motivado para levantar da cama todos os dias, eliminam-se as necessidades supérfluas, aquelas que a gente pensa que precisa, mas vive bem, muito bem sem elas. Quando o beija-flor entrou em sua vida, tudo o que lhe dizia respeito lhe chamava a atenção. Seus amigos e sua família começaram então a lhe presentear com ‘coisas’ de beija-flores. Ela tem uma coleção hoje de roupa, quadro, penduricalhos, calendário, bolsa, fotos, enfim... Parece que quem a conhece se lembra dela sempre que vê um beija-flor.

Helena mudou-se de cidade. Tinha que recomeçar mais uma vez. Por escolha, é verdade. Queria fazer daquela idéia do projeto, seu projeto de vida, seu sustento. Queria levar para o maior número de crianças possível o encantamento do beija-flor e através dele sensibilizar as pessoas para os problemas ambientais e sociais. Pensou inicialmente que poderia ser através das Universidades com projetos dentro da Educação ou da Biologia. Você sabe o que é uma Universidade? É um lugar onde as pessoas estudam e fazem pesquisas. Muita gente estuda lá depois da escola. Aqui no Brasil poderia ter mais gente estudando lá!!! Percebeu que neste meio, o meio dos especialistas especialmente especializados o projeto não cabia... Aí aconteceu mais um sinal! Devemos estar sempre atentos aos sinais.
Foi através da língua Inglesa, pois Helena aprendeu esta língua quando viajou. Começou a lecionar numa escola de educação Infantil. O Inglês foi a porta de entrada! Já na entrevista admissional Helena mencionou que tinha um projeto de educação ambiental, do viveiro, do beija-flor. Depois de um ano Helena montou um viveiro nesta escola e as aulas de viveiro, inicialmente uma oficina extracurricular, se incorporou às aulas de ciências que ela começou a lecionar também. Ao longo dos anos, Helena foi aprendendo cada vez mais sobre o equilíbrio que existe na natureza proveniente da Biodiversidade. Esta idéia estava sempre presente em suas aulas. Aprendeu e ensinou a fazer papel reciclado. Aprendeu a fazer compostagem, Fez um curso de Permacultura em 2004 e outro em 2007. Com isso aprimorou ainda mais seu olhar em relação ao essencial, ao simples, ao natural. Algumas idéias nunca mais lhe saíram da cabeça: o conforto se cria não se compra, a sustentabilidade começa em casa, os problemas devem ser resolvidos próximo da fonte geradora, somos responsáveis pelo lixo que produzimos.... Falando em lixo, desenvolveu uma parte do projeto em coleta separada do papel na escola. Este projeto envolvia e responsabilizava os alunos pela coleta separada e semanal do papel. Em todas as salas havia uma caixa, decorada por eles, para a colocação dos papéis descartados. Para a coleta, faziam rodízios entre os alunos, com uma escala feita com eles. Depois o papel era encaminhado para a coleta seletiva da cidade. Este projeto se incorporou à rotina da escola. Ficou conhecido e de alguma forma respeitado.

Quando percebeu, Helena estava vivendo sensações muito parecidas com as quais tinha vivido na infância, lá no sítio. Conseguia entre uma aula e outra ouvir o canto dos pássaros. Em casa podia ouvir o silêncio e a voz de dentro. Ela não se escondia mais horta alguma à espera de ser encontrada. Saía sim à procura das pessoas que achava que valiam a pena, que a cativavam de algum modo. Com o passar dos anos, foi plantando em casa várias flores que os beija-flores gostavam e da janela de sua casa podia ouvi-los e observá-los. Em toda a sua vida, Helena foi sempre aprendendo e nunca parou. Queria compartilhar estas sensações e sempre que podia falava de suas idéias com as pessoas.

O tempo passou e Helena resolveu encarar outro desafio! Aprender numa escola diferente sobre como se trabalhar a Educação, no seu sentido mais amplo, de outra forma. Quando realmente tomou esta decisão estava lendo um livro chamado Qual a Sua obra e lá aprendeu que devemos nos perguntar, no momento da tomada de decisão: quero, devo, posso? Estes são três verbos de ação e decisão. Procurou por um estágio na escola Da Ponte, em Portugal. Foi aceita.Começou a ler tudo que se relacionava a este lugar. Redescobriu um de seus escritores favoritos, Rubem Alves. E agora, com este estágio, pretende esboçar um plano de Educação Pós-viagem, que una o projeto do viveiro com a vivência transdisciplinar que tem e com a experiência na escola da Ponte, fazendo a ponte entre os projetos... Por que tudo que se relaciona a ela neste momento tem a ver com os preparativos da viagem, até um filme, chamado: A Ponte, ela viu na locadora sem querer e pegou para assistir. Devemos estar atentos aos sinais.

O VIVENDO O VIVEIRO AQUI E AGORA é uma idéia de um projeto itinerante, que pretende levar às crianças de vários lugares desta cidade, deste país, deste planeta um pouco de esperança, perspectivas diferentes e conscientização. É um projeto de educação Ambiental que pretende descobrir em cada lugar que passar o essencial daquele lugar, as necessidades daquele lugar e propor atividades onde as pessoas envolvidas se dêem o tempo de redescobrir o seu essencial. A construção de conceitos sobre a Biosfera, importância da água, seu ciclo. Idéias sobre saneamento básico, conceitos sobre biodiversidade, preservação, alimentação, separação do lixo, ciclos da natureza. Enfim qualquer assunto que seja de interesse da comunidade local e que seja enriquecedor para as pessoas terem mais qualidade de vida. A construção de um viveiro de flores que atraem beija-flores, assim como uma composteira e a elaboração de estratégias de coleta seletiva do lixo local fazem parte dos objetivos deste projeto. A utilização do papel como matéria–prima da reciclagem em oficinas de reciclagem de papel também devem acontecer. A convivência entre crianças de idades diferentes, a não separação por turmas ou séries, mas por áreas de interesse, deste interesse em particular que é educação Ambiental faz parte da proposta.

domingo, 18 de maio de 2008

RUBEN ALVES- mal sabia ele...



Tomei conhecimento do texto abaixo na primeira reunião do ano de 2008 com a coordenação da escola em que trabalhava. Sua leitura só me fez confirmar a minha escolha: estava na hora de ousar a mudança. A decisão, na verdade já estava tomada. Os sinais apareciam, mais e mais claramente...assim como este texto por exemplo. Educar para quê? Para quem? e principalmente: o que e como?? Sempre digo aos meus alunos que eu não ensino nada - o aluno é que aprende, se assim o desejar...É preciso intenção no aprender e atenção para tanto...pelo menos no ambiente 'formal' que conheço... boa leitura!!!

Abaixo o texto (Rubem Alves)
Minha neta parecia absorta, lendo seu caderno de biologia. Dezesseis anos, idade tão bonita, o mundo inteiro a ser compreendido... Especialmente em se tratando de biologia. Haverá coisa mais fascinante que a vida? Toda mocinha de 16 anos quer compreender a vida, pois a vida está borbulhando dentro dela! Olhei para o caderno: ilustrações coloridas, tudo tão organizado! Tive inveja. Na idade dela eu também estudava biologia, mas os cadernos eram diferentes. O professor ditava a matéria, fazia desenhos na lousa, a gente copiava. Na prova, a gente tinha de repetir o que o professor havia falado, ou seja, o que a gente tinha escrito no caderno. Mas esses tempos tenebrosos já passaram. Hoje, os processos de avaliação são outros.Mas não havia entusiasmo no seu rosto. Nem nada que se parecesse com curiosidade. Era mais uma expressão de tédio. Sei o que é isso. Há textos que reduzem o leitor a uma panqueca que se arrasta pelo chão. Arrasta-se porque tem de ler, mas não quer ler. É por causa desses textos que Barthes disse que a preguiça é parte essencial da experiência escolar. Perguntei o que ela estava lendo. Ela me mostrou um parágrafo com o dedo. Era isso que estava escrito:"Além da catálase, existem nos peroxíssomos enzimas que participam da degradação de outras substâncias tóxicas, como o etanol e certos radicais livres. Células vegetais possuem glioxissomos, peroxissomos especializados e relacionados com a conversão das reservas de lipídios em carbohidratos. O citosol (ou hialoplasma) é um colóide... No ciosol das células eucarióticas existe um citoesqueleto constituído fundamentalmente por microfilamentos e microtúbulos, responsável pela ancoragem de organóides... Os microtúbulos têm paredes formadas por moléculas de tubulina..."Encontrei ainda palavras que nunca lera: "retículo sarcoplasmático, complexo de Golgi, pinocitose, fagossomo, fragmoplasto, o padrão do axonema é constituído por 9+2, uma referência aos nove pares de microtúbulos em torno de um par central". Parece-me que essa afirmação tem a ver com o rabo do espermatozóide, mas, naquele momento, meus pensamentos estavam tão confusos que não posso garantir.Fiquei curioso acerca da cabeça da pessoa que escreveu isso. Teria de ser um biólogo, cientista, pessoa competente na sua ciência. Se assim não fosse, a editora que imprimiu e vendeu o referido caderno não o contrataria como autor do texto. Todas as informações que ali se encontram são, assim, cientificamente corretas.Mas todo texto é escrito pensando-se numa pessoa que vai lê-lo. Nesse caso específico, essa pessoa será um estudante que terá de aprender as informações que o texto contém. Trata-se, portanto, de conhecimentos essenciais. Se o estudante não aprender, sofrerá a punição devida. Não saberá colocar o "x" no lugar certo. Não colocando o "x" no lugar certo, terá uma nota má. Tirando uma nota má, poderá ser reprovado na escola ou no vestibular. Os conhecimentos do texto, assim, têm um caráter obrigatório. O jovem não pode refugar.O autor do texto, cientista e pedagogo (pedagogo, sim, porque o seu texto dirige-se a um aluno), tem de ser inteligente. Deve pensar no sentido do texto para o estudante. Pelo menos, é assim que acontece comigo.Não me parece que o referido texto seja uma entidade da caixa de brinquedos. Ao lê-lo, não consegui encontrar nem beleza nem humor. Deve, portanto, ser uma entidade da caixa de ferramentas: um conhecimento que vale pelo seu uso prático. Aí, fiquei atrapalhado: por mais que me esforçasse, não consegui imaginar nada de prático que eu pudesse fazer com aquele parágrafo e muito menos a minha neta.

sábado, 10 de maio de 2008

Mudanças Necessárias...

O texto abaixo não foi escrito por mim, mas quando o recebi me admirei de como ele expressa exatamente o meu sentimento no momento. É longo, mas vale a pena se dar este tempo! Boa leitura!!!


A Arte de Passear

“Navegar é preciso, viver não é preciso”, diziam os antigos navegadores portugueses. E, de fato, pouco mais de quinhentos anos depois, não há dúvida de que navegar, ou viajar, é inevitável. A ciência moderna demonstrou que viajar é viver, porque tudo que existe flui em um eterno movimento.
O núcleo de cada átomo do universo é como um pequeno sol em torno do qual navegam elétrons em alta velocidade. Nossa galáxia é regida pela lei do movimento. A própria palavra “planeta”, que vem do grego, significa “errante” ou “viajante”. A terra já foi comparada a uma nave espacial, devido à sua viagem incessante em torno do sol. Além disso, nosso planeta gira em torno do seu próprio eixo, o que dá origem aos nossos dias e noites. Parece pouco? O sistema solar também está em peregrinação. Ele viaja à velocidade de 960 km por minuto ou 57.600 quilômetros por hora em direção à estrela Vega, a mais brilhante da constelação de Lira. Felizmente, Vega não está parada. Ela se desloca pelo cosmo numa direção e com uma velocidade que garantem pelo menos uma coisa: ela nunca será alcançada por nós.(1)
A mudança e o movimento – tanto internos como externos – são, portanto, o estado natural de tudo o que existe. Qualquer imobilidade ou estabilidade são subjetivas e passageiras. Permanentes são a transformação e a harmonização dinâmica das coisas em todo o cosmo. A cada desarmonia, segue-se uma harmonia maior e mais completa.
Se tudo está em movimento e nada existe fora da dança do universo, não há motivo para que nós queiramos viver fechados entre quatro paredes, como se fosse possível existir sem transformar-se. É só quando perdemos o contato com o ritmo natural da vida que o escritório, a fábrica, o apartamento ou a casa passam a funcionar como modernas prisões, ricas em recursos tecnológicos.
Segundo o filósofo Karl Gottlob Schelle, viver continuamente em atmosferas confinadas amolece o espírito das pessoas e enfraquece o seu bom senso. “O movimento do corpo não é diretamente uma das condições da vida”, escreve Schelle, “e sua ausência não desencadeia irremediavelmente a morte... mas ele é, no entanto, uma condição indireta. Ele é indispensável para a saúde do corpo e para o bom funcionamento do organismo.”(2)
A solução passa pela simplicidade voluntária. Basta caminhar regularmente ao ar livre e conviver com o ambiente natural para recuperar e manter a vitalidade. A antiga arte de passear pela natureza rompe os muros invisíveis da rotina e amplia nossos horizontes pessoais. É verdade que essa arte meditativa nem sempre precisa ser praticada a pé. A bicicleta e o cavalo são alternativas admissíveis, até certo ponto, porque permitem andar em silêncio, em baixa velocidade, em contato com o vento, percebendo a magia e preservando a paz da natureza.
A arte de viver com sabedoria inclui a necessidade de manter o corpo físico saudável e acostumado ao movimento. Isso nos estimula a tomar duas providências. A primeira é incorporar um pouco de trabalho físico à nossa rotina diária. A segunda é adotar o hábito de meditar caminhando. Passear e contemplar a unidade da vida são duas atividades que podem ser feitas ao mesmo tempo. Quando caminhamos pela natureza com o espírito livre de preocupações, nosso sistema nervoso relaxa, o sangue circula com mais força e vitalidade, o cérebro e o coração têm sua vida renovada. Em todo o organismo, a vitalidade flui melhor. Enquanto isso, podemos contemplar o processo da vida ao nosso redor e perceber mais claramente a nossa identidade profunda com os outros seres.
Outra questão é saber o que o caminhante carrega consigo durante o passeio. Afinal, cada espírito humano possui uma espécie de bagageiro. Ali vão inúmeras lembranças, idéias, crenças, projetos, e alguns princípios éticos. Nem sempre carregamos bagagens agradáveis em nosso espírito. Há também feridas e cicatrizes da alma guardadas ali. Uma coisa é certa, porém. O bom passeador não aceita angústias e ansiedades como parte da sua bagagem. Enquanto pedala ou caminha, ele esquece as atividades de curto prazo e expande sua consciência. As preocupações vão desaparecendo junto com as outras formas de apego emocional. Esse processo de relaxamento é ajudado pelas reações bioquímicas que o exercício físico moderado causa naturalmente no corpo humano. O espírito do caminhante se eleva até que um dia ele passa a perceber em todas as coisas o princípio universal do equilíbrio e da harmonia.
É com esse estado de espírito vasto e sereno que devemos caminhar. Aquele que possui uma mente aberta e um coração puro sabe escutar melhor o som do vento nas folhas das árvores. O aprendiz da sabedoria ouve o cântico dos pássaros e aprecia o nascer do sol sem pressa ou apego. Com a mesma tranqüilidade que tem ao observar o vôo de um pássaro no céu, ele vê as ondas de pensamentos e sentimentos no espaço interior da sua própria consciência.
Na verdade, não há uma separação entre o mundo interno e o mundo externo. De um lado, as nossas emoções são influenciadas pelo que está fora de nós. E de outro, sempre julgamos o mundo externo a partir daquilo que carregamos em nossa própria mente e nosso coração.
Há milhares de anos, diferentes tradições religiosas usam longas peregrinações por terras desconhecidas como meio e método para a libertação dos apegos interiores. É preciso abrir mão tanto dos objetos externos como dos conteúdos internos, para conhecer a liberdade espiritual. O budismo, o hinduísmo e o cristianismo têm disciplinas espirituais que incluem o abandono da vida “normal” – feita de hábitos e compromissos – para viajar pelo mundo durante um período indefinido de tempo.
As caminhadas curtas também são parte daquilo que, não por acaso, passou a ser chamado de “caminho interior”. O ato de caminhar era um item básico da vida cotidiana e da disciplina espiritual nas escolas de filosofia do mundo antigo.
Para o cidadão moderno, os passeios a pé, de trinta ou quarenta minutos diários, são exercícios eficientes de meditação e higiene mental. Alguns alegam que não têm tempo para isso. O argumento é compreensível. O hábito de caminhar exige que se abra mão da rigidez e da imobilidade. É necessário renunciar à rotina da pressa emocional para olhar o mundo de outros pontos de vista, enquanto mantemos o corpo em movimento e observamos o fluxo de nossos sentimentos e pensamentos. São João da Cruz escreveu: “A alma que está apegada a alguma coisa, por mais bem que haja nela, não pode chegar à liberdade da união divina. Porque não tem importância se é uma corda grossa e forte ou um fino e delicado fio que prende o pássaro; até que o grilhão se rompa, o pássaro não pode voar.”
A prática do desapego está de tal forma associada à arte de passear que, para o escritor chinês Lin Yutang, “o verdadeiro viajante é sempre um vagabundo, com as alegrias, as tentações e o sentido de aventura que tem o vagabundo. Viajar é andar à toa, ou não é viajar”. Segundo Yutang, “a essência da viagem é não ter deveres nem horas marcadas”. É recomendável esquecer os assuntos pessoais. Lin Yutang acrescenta:
“O bom viajante é o que não sabe aonde vai, e o viajante perfeito é o que não sabe de onde vem. Nem sabe seu nome e sobrenome. (...) É provável que esse viajante não tenha um único amigo em terra estranha, mas, como disse uma monja chinesa, ‘não estimar a ninguém em particular é estimar a humanidade em geral’. Não ter um amigo particular é ter a todos por amigos. Esse viajante, que ama a humanidade em geral, mistura-se com ela e vagueia, observando o encanto das gentes e de seus costumes.”(3)
Defensor da espontaneidade, autor de obras marcadas pelo espírito taoísta, Yutang afirma que o equipamento mais necessário para quem passeia “é um talento especial no peito e uma visão especial debaixo das sobrancelhas”. Ele prossegue:
“O que interessa é saber se o viajante tem coração para sentir e olhos para ver. Se não os tem, suas excursões à montanha são pura perda de tempo e de dinheiro; em compensação, se os tem, poderá conseguir a maior alegria das viagens sem ir sequer às montanhas, mas permanecendo em sua casa e olhando os arredores, e percorrendo os campos para contemplar uma nuvem fugitiva, ou um cachorro, ou uma cerca, ou uma árvore solitária.”(4)
Em meio à natureza, o caminhante renova a sua vitalidade física enquanto medita. Se meditar é expandir a consciência em direção ao que é imenso, sagrado e muito maior que ela própria, então é possível haver meditações inconscientes e involuntárias. E é isso que ocorre quando caminhamos. O convívio com plantas e animais nos ensina que a inteligência universal está por toda parte. Há uma inteligência nas orquídeas. Os pássaros têm sua linguagem. O vento sugere coisas. As árvores são seres evoluídos. Para o escritor Maurice Maeterlinck, cada planta que encontramos pelo caminho é um ser dotado de inteligência:
“Não é somente na semente ou na flor, mas em toda a planta, caule, folhas e raízes, que se descobre, se quisermos inclinar-nos por um instante sobre seu humilde trabalho, numerosos sinais de uma inteligência perspicaz. Lembre-se dos magníficos esforços em direção à luz feitos por galhos contrariados, ou a luta criativa e valente das árvores em perigo.”
E Maeterlinck narra o drama de uma grande árvore situada à beira de um precipício, cuja pedra de apoio caíra, mas que se sustentava miraculosamente lançando novas raízes ao solo para evitar o pior. Espetáculos como esse são relativamente comuns nas margens dos rios atacados de erosão.(5)
Depois de discutir a questão da inteligência dos vegetais e dos insetos, Maeterlinck aborda em poucas palavras um tema central da filosofia esotérica:
“Mas que pouca importância tem, no fundo, a questão da inteligência pessoal das flores, dos insetos ou dos pássaros! Que se diga, a propósito da orquídea como da abelha, que é a Natureza e não a planta ou a mosca que calcula, combina, adorna, inventa e raciocina. Que interesse pode ter para nós essa distinção?”
Na verdade – acrescenta Maeterlinck – também os conhecimentos humanos fazem parte da natureza. Nossas pequenas inteligências pessoais são parcelas de um conjunto maior: “Todos os nossos motivos arquitetônicos e musicais, todas nossas harmonias de cor e de luz, etc., são tomadas diretamente da Natureza”.(6)
Sabendo disso, o bom passeador caminha ou pedala em harmonia com o cosmo, tanto na avenida de uma grande cidade como na beira do mar ou na trilha de um bosque. Ele percebe a unidade da vida e se reconhece como um pequeno ser participante da grande inteligência universal. Por esse motivo, o caminhante sente que nada tem a temer do passado, do presente ou do futuro. Ele vê que, no fundo, a paz comanda a vida – não só aqui e agora, mas também em todas as partes, e sempre.
TEXTO ESCRITO POR Carlos Cardoso Aveline
NOTAS.
(1) “O Livro de Ouro do Universo”, de Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Ediouro, 2001, 509 pp., ver p.136.
(2) “A Arte de Passear”, de Karl Gottlob Schelle, Ed. Martins Fontes, SP, 2001, pp. 16-17.
(3) “A Importância de Viver”, de Lin Yutang, Ed. Globo, Porto Alegre, quarta edição, 1959, tradução de Mário Quintana, 360 pp., ver p. 267.
(4) “A Importância de Viver”, obra citada, p. 269.
(5) “La Inteligencia de las Flores”, de Maurice Maeterlinck, Ediciones Nuevo Siglo, Buenos Aires, 1997, 126 pp., ver pp. 13-14.
(6) “La Inteligencia de las Flores”, obra citada, ver pp. 59-60.
Carlos C. Aveline palestras e seminários em várias partes do país. Ele é autor de diversos livros, entre eles A Vida Secreta da Natureza (Ed. da FURB-SC), O Poder da Sabedoria (Ed. Teosófica, Brasília) e Três Caminhos Para a Paz Interior (Ed. Teosófica). Vive e passeia com a esposa em uma área de preservação ambiental próxima a Brasília, onde está situada sua biblioteca de mais de três mil volumes.